depois
Depois de um projecto muito interessante em que mergulhei de corpo e alma; depois de desilusões atrás desilusões; depois do inverno mais frio de sempre sentido por estas bandas; depois de uma intensa viagem a Portugal; depois de um regresso angustiado e triste (o mais custoso de todos até agora…); depois de mais projecto super interessante e de carregos de trabalhos; depois de aumentadas as responsabilidades numa proporção muito pequena em relação ao aumento na conta; depois de vários pequenos acidentes domésticos; depois de mais desilusões; depois de surtar com a falta de respeito pelo próximo; depois de surtar com saudades dos meus; depois de mais incidentes domésticos; depois das neuras dos que me são mais próximos aqui; depois de uma gripe que ameaçou repetir a cenaça do ano passado e transformar-se em pneumonia; depois de um imenso stress no trabalho; depois…
Depois de tudo isto começa a nascer e a crescer a olhos vistos um sentimento de que se tem sobrevivido até agora, ao invés de se ter vivido. Alguma coisa não está bem e não se percebe bem o quê. Mas ao olhar para trás, vê-se uma nuvem negra de carregada que paira sobre a minha cabeça há vários meses. Uma nuvem que me afastou de coisas que tanto gosto de fazer. Como escrever. E depois ando de mal com a vida e não acho legítimo trazer esta carga toda para aqui. Porque este espaço sempre tencionou ser algo que me alivia e conforta como um abraço amigo. Sinto que se o encher de cargas negativas, eu própria ficarei mais negativa…
Acho que o Rio, em todos os sentidos, tem roubado a minha energia e as forças são diminutas até para escrever umas linhas por aqui. Mas sinto falta. Muito falta de escrever. Mas não escrevo porque não tenho forças. E não tenho forças porque não escrevo. E vira uma pescada de rabo na boca que me impede de recomeçar, porque não sei por onde…
Mas como dizem que depois da tempestade vem bonança e me parece que vamos em tempestades a mais [e depois de mais um ano no lombo, e depois de demonstrações sinceras de amizades, e depois de descobertas pessoas que julgávamos perdidas, e depois de conhecer pessoas que admiro, e depois de ter momentos mágicos como ontem] espero agora um período de descarrego e momentos de felicidade mais assíduos. Espero voltar aos meus escritos, ao meu sonho. E atender ao pedidos dos meus “3” leitores e que não me deixam em paz porque eu não escrevo! Espero que tenham entendido o porquê!
E agora, estamos de volta? A ver vamos como dizia o outro…
Espero que nos três leitores tenhas contado cmg…mais uma vez identifico-me nas tuas palavras. Também eu não gosto de escrever em modo cinza escuro! Duvidas, incertezas talvez, mas escrever com neura não! Por isso espero que as festas e o novo ano tenham trazido o sol novamente a essa cabeça! Aguardo-te!!!